Por Hetyene Borges
Em toda a minha vida
estive rodeada de cães, e no decorrer dessa convivência, algumas coisas
intrigantes ocorriam. Na época eu achava apenas legal e engraçado. Hoje, sei
que se trata de algo muito mais bonito e complexo.
Há muita probabilidade de que coisas
semelhantes já tenham acontecido contigo e seu animal de estimação, entretanto,
é provável que você talvez nem tenha percebido o fato, mas seu animal sim,
rsrs.
Vou citar apenas dois fatos que
aconteceram comigo, para que você tenha uma noção do que estou falando.
Certa feita eu voltava da academia à
noite, na garupa da moto com meu na época, esposo. Passamos por um cão deitado,
no acostamento, mas muito próxima à pista. Fiquei “incucada” com aquilo, pois
cães geralmente não ficam tão calmos assim, e foi então que passou uma carreta
e tirou um super fino no animal e ele nem se moveu. Aí eu disse, esse cão está
com problemas, vamos lá.
Paramos e ele não ofereceu resistência
alguma. Aliás, ele estava em estado de choque, provavelmente havia sido
atropelado, mas sem ferimentos expostos, apenas internos. Precisávamos pegá-lo
e saímos à procura de alguma coisa que eu pudesse embrulhá-lo. Vasculhamos uns
lixos e achei uma caixa de TV vazia, perfeita, e voltamos lá para apanhá-lo.
Meu companheiro era contra a adoção de
mais um cão, pois já tínhamos 07 cães, e assim que o cão, chamado Robinho,
ficou bom, decidimos soltá-lo num campinho de futebol próximo ao local onde o
encontramos.
Pensamos que, se ele estava por aqui,
não deveria ter vindo de muito longe, todavia, eu impus uma condição na
devolução de Robinho, pois eu queria ficar com ele, não achava justo soltá-lo,
mas casamento é algo complexo, rsrs.
A condição era assim, levaríamos
Robinho ao campinho e se ele tivesse a postura de tomar imediatamente o rumo de
casa, deixaríamos ele ir. E, caso ele ficasse como uma barata tonta, sem rumo, o
traríamos de volta.
Resultado, meu esposo pegou o cão à
noite, colocou-o no porta-malas do carro e partiu em direção ao campinho. Soltou
o cão e ele ficou que nem uma barata tonta. Meu marido fechou o porta-malas e
saiu com o carro.
Um silêncio profundo e tenso pairou no
ar, pois a raiva que eu sentia era tamanha, que era melhor nem abrir a boca. Apenas
rezei por Robinho, para que ele encontrasse seu lar.
Tocamos a vida, eu pensava em Robinho
todos os dias, desejando que ele estivesse bem. Viajei... Retornei para
Uberlândia, e passados alguns dias, estou em casa, e ouço meus cães latirem de uma
forma que nunca havia visto. Fui imediatamente ao encontro deles, preocupada
para ver o motivo de todo aquele frenesi e para minha surpresa, lá estava
Robinho, na chácara do vizinho, tentando passar para minha casa.
Corri rapidamente, e fui à chácara do
vizinho, que por sorte sempre ficava com o portão aberto, e fui de encontro a
Robinho. Foi uma cena muito emocionante, ele chorava de alegria e eu também!
E finalmente, com o Robinho eu não
precisava mais me preocupar, pois ele enfim, encontrara seu lar.
E como essa havia sido a condição
imposta, meu companheiro, aceitou ficarmos com Robinho, uma vez que ele
encontrou o caminho de sua casa, rsrs.
Ficamos muito intrigados com o fato de
Robinho ter voltado para casa, pois quando o peguei, era noite, estávamos de
moto, e ele estava em estado de choque, sem a menor condição de se lembrar de
alguma coisa. E quando o devolvemos, ele foi no porta-malas do carro e à noite,
e ele nunca havia saído do quintal da chácara, para reconhecer algum lugar.
Hoje bem sei que o que houve de fato,
foi que Robinho criou um forte vínculo comigo e com a casa, e isso cria um
campo, ao qual Rupert Sheldrake, chamou de campos mórficos.
Robinho pôde encontrar seu lar,
justamente quando eu retornei de viagem (e não na minha ausência), pois havia
algo, como se fosse um elástico, que o atraía de volta pra mim!
E até hoje ele mora comigo, e é o meu
sherif!
Como prometido, a
outra história, não é tão feliz, mas também trabalha a questão de campos
mórficos.
Treinei um cão, por uns 02 ou 03 anos e
tínhamos um excelente vínculo. Era um animal adorável, inteligente e muito
safado, rsrs.
Depois de um tempo ele passou a ficar
hospedado em minha colônia de férias, se divertia muito e obviamente ficava
marron de sujeira.
E foi numa dessas hospedagens que
ocorreu o seguinte: já era início de noite, fim de tarde e comecei a me sentir
muito mal, um sentimento estranho, uma angústia inexplicada.
Terminei de dar minha última aula do
dia, e retornei para casa com aquela sensação muito estranha e desconfortável.
Como de praxe, passei na casa de minha mãe antes de vir para a minha, pois
ficam na mesma chácara. Sentei-me no sofá e desmoronei, não conseguia me mover,
não tinha a menor vontade de sair dali.
Minha mãe então me disse, os seus cães
estavam latindo muito agora a pouco, e eu não sei por que proferi as seguintes
palavras: “agora não há mais nada a se fazer”, e lá fiquei relutante, em ir
para minha casa. Geralmente fico louca para chegar lá e soltar a bicharada, mas
nesse dia, eu não tinha a menor vontade de fazer isso, como não tinha jeito,
parti para minha casa, e quando fui soltar os cães encontrei Apolo já morto.
A veterinária disse que ele teve um
ataque cardíaco, fiquei estarrecida, em choque, e muuiiito triste.
Entretanto compreendo que o mal estar
que senti antes, a sensação ruim e inexplicável era com certeza, exatamente o
momento da partida de meu amigo Apolo.
Assim com eu, tenho
certeza que você também tem alguma experiência semelhante pra nos contar.
Compartilhe sua
história conosco. Faça parte da vida de seu animal conscientemente e num outro
nível!!!
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